terça-feira, 28 de março de 2017

Documentário Amanda Knox

Já tinha lido qualquer coisas sobre este documentário aqui na blogosfera mas ainda nunca tinha surgido oportunidade de vê-lo. Muito sinceramente, antes disso, desconhecia a ocorrência deste homicídio bem como de todo o mediatismo em que foi envolto.




Amanda Knox é um documentário original Netflix  no qual são revistos alguns aspectos relacionados com o crime ocorrido em Perugia. Foi nesta localidade italiana que, em Novembro de 2007, foi assassinada a britânica Meredith Kercher. O julgamento deste caso, contando com os recursos interpostos, decorreu até 2015, altura em que, dois dos principais indiciados, Amanda Konx e o namorado Raffaele Sollecito, foram declarados inocentes. 
No documentário são apresentados os factos que levaram a suspeitas e posterior condenação de Amanda e Raffaele os quais estiveram presos durante cerca de 4 anos. São também apresentadas declarações de ambos face a todo o processo mediático sendo  também dados a conhecer os pontos de vista de um jornalista e de um dos principais investigadores do crime. 

Gostei da forma como o documentário está feito baseando-se, não só, nas declarações efectuadas pelas pessoas anteriormente referidas como também sendo dadas a conhecer imagens de arquivo relativas ao próprio caso.  Prendeu-me mas, francamente, não fiquei convencida da inocência quer de Amanda quer de Raffaele. Acho que ficaram muitas pontas soltas na investigação, muitos factos por explicar sobretudo no que respeita às várias mudanças de testemunho que estes indivíduos levaram a cabo. De qualquer forma, muito bem feito e extremamente interessante.

segunda-feira, 27 de março de 2017

World Book Tour: África do Sul



Editora: Colecção Biblioteca Sábado
Ano publicação: 2008
Nº páginas:  197 páginas
Pontuação atribuída: 5 estrelas no Goodreads


Confesso que já há algum tempo que não lia um livro que me satisfizesse tanto. Ultimamente, talvez fruto das minhas escolhas ou do meu estado de espírito, as minhas leituras não me diziam grande coisa. 

Parti para esta leitura sem grandes expectativas. O livro já estava cá por casa há imenso tempo mas nunca lhe tinha pegado. Acabei por decidir lê-lo devido ao projecto do grupo do Facebook World Book Tour. Neste grupo, estava previsto que, durante o mês de Fevereiro fosse lido um autor originário da África do Sul. Comecei a leitura bastante atrasada embora, desde logo, a minha escolha tivesse recaído sobre este título não só por tê-lo cá em casa, como também, pelo facto de ser um autor já galardoado com o Prémio Nobel da Literatura.

Tal como fiz em relação ao país escolhido para o mês de Janeiro, comecei por fazer uma pesquisa na internet sobre a África do Sul o que me possibilitou estar mais ao corrente de alguns assuntos abordados no livro. 

Este livro conta a história de David Lurie, um professor universitário de meia idade, divorciado e com uma filha. Um homem que busca a satisfação momentânea do sexo e acaba por ter relações muito fugazes e pouco consistentes. Após uma série de acontecimentos, dá por si a procurar a sua filha e a viver uma temporada com esta, numa quinta rural, longe da Cidade do Cabo. 

Só posso dizer que adorei a escrita do autor. Muito fluída e viciante. Fez-me ler o livro de uma assentada. Trata de relações humanas, numa era pós-apartheid e, para além da história de David Lurie, aborda vários temas sociais decorrentes desta situação. Foca também a problemática da violação que, como consegui compreender pelas minhas pesquisas, é um crime que, dramaticamente, ocorre com frequência na África do Sul.

Quanto ao protagonista, consegui criar uma ligação com o mesmo. Achei que a personagem está extremamente bem conseguida. Na minha opinião, visa transparecer ser um homem insatisfeito com a vida. Um homem mal amado que não aceita envelhecer e que, de alguma forma, procura conforto a nível sexual, nos braços de raparigas jovens. É um homem que acaba por ter que lidar com a perda do seu emprego passando de catedrático respeitado a desacreditado, tem que dar a volta e procurar adaptar-se coisa que, na minha opinião, não consegue fazer. Prova disso é o próprio final do livro mas, como é óbvio, não quero deixar spoilers.

Sendo o próprio autor um reconhecido professor universitário ainda fiquei a pensar até que ponto é que esta história poderia ter o seu quê de autobiográfica.

Aconselho vivamente e, sem dúvida que, futuramente, quero ler mais deste autor.

quinta-feira, 23 de março de 2017

Downton abbey




Downton abbey é uma série britânica produzida para o canal ITV. Foi criada por Julian Fellowes e estreou em 2010 tendo terminado em 2015. Tem 6 temporadas e 52 episódios.

Esta série dá a conhecer os Crawley, uma família inglesa abastada que habita na zona do Yorkshire bem como, os seus criados e a forma como a vida gira em torno da propriedade familiar, Downton abbey.

A acção passa-se no início do século XX, durante o reinado de Jorge V abarcando vários acontecimentos históricos importantes como o naufrágio do Titanic, a 1ª Guerra Mundial e a Gripe espanhola. Também tem como enfoque principal as relações entre aristocratas e a sua criadagem focando de forma igual a vida de uns e de outros. Aborda também temas como, a emancipação feminina, a prostituição, a violação, a homossexualidade e os preconceitos raciais. 

Ao longo das temporadas vamos também acompanhando as dificuldades que os aristocratas têm em subsistir e as adaptações que os Crawley têm que fazer para conseguirem manter a sua propriedade e o seu estilo de vida.

Esta série é sobejamente conhecida e aclamada pelo grande público tendo recebido vários prémios. Comecei a vê-la há algum tempo atrás sendo que terminei ontem a 4ª temporada pelo que resolvi falar um pouco sobre ela.

Não tenho por hábito acompanhar séries de época. Julgo mesmo que está é a primeira que acompanho mas, assim sendo, que estreia! Tenho adorado acompanhar a vida destas personagens e, complementarmente, ter acesso a dados históricos e a toda a contextualização sócio-económica da época em que a acção de desenrola. 

É também fabuloso ver os espaços em que a acção ocorre. Grande parte das filmagens exteriores e algumas interiores, foi feita no Highclere Castle, em Hampshire. Mas as partes criadas em estúdios como seja toda a área da criadagem, também estão extremamente bem concebidas. 

Adoro a forma como a série nos vai dando a conhecer as alterações que vão ocorrendo no papel feminino. As mulheres começarem a conduzir, a interessarem-se por política e a terem um papel mais pró-activo nos negócios familiares em oposição ao papel mais submisso que nos é dado a conhecer no início da série. Aí as mulheres preocupam-se mais com aspectos sociais, com os casamentos que podem vir a conseguir fazer, com roupas, festas e convívios com a alta sociedade. 

O guarda-roupa está, na minha opinião, extremamente bem concebido. Tanto o dos aristocratas como o dos criados. Acaba por ser interessante a distinção entre ambos e também algumas alterações no vestuário que vão sendo introduzidas ao longos dos episódios. Foi marcante o episódio em que uma das irmãs Crawley veste umas calças para diversão de uns e constrangimento de outros. 

Violet é para mim uma personagem deliciosa. Marca o ponto de uma aristocracia inglesa bastante austera mas que, no final, não o é tanto assim. Acaba por ser uma capa que cobre a mulher bondosa e, em alguns aspectos, um pouco à frente do seu tempo, que no fundo é mas, não quer admitir. 

Deliciosos são também os diálogos entre Violet e Isobel bem com,o as picardias entre ambas que, na globalidade, vêem crescer entre elas uma imensa e surpreendente amizade.

Destaco também Mary. Uma jovem que inicialmente, vê o seu futuro ser definido por toda a família com vista a ter um casamento socialmente conveniente  mas que, acaba por se apaixonar e viver uma história de amor pautada também por alguns constrangimentos. É interessante de ver a forma como consegue dar a volta e tornar-se em alguém empenhada em vingar, em ser feliz e em conseguir ajudar o pai nos negócios familiares.

Em termos de personagens masculinas destaco Matthew Crawley um jovem bondoso e determinado e Tom Branson. Este último, ao viver um grande e proibido amor, dá por si a entrar para um novo mundo no qual teima em integrar-se.

Aconselho muitíssimo esta série e espero terminá-la em breve até porque, tenho lido em alguns sítios que se fala em transpo-la para o cinema.

quarta-feira, 22 de março de 2017

Opinião #5: Morte em Veneza, Thomas Mann




Editora: Colecção Mil Folhas Público
Ano publicação: 2002
Nº páginas:  96 páginas
Pontuação atribuída: 3 estrelas no Goodreads







Há algum tempo, deparei-me com umas listas de livros. Intitulam-se 20 Livros para ler até aos 20 anos e reúnem um conjunto de livros que várias personalidades portuguesas nomeadamente escritores, acham que todas as pessoas deveriam ler até aos 20 anos. Estou quase a chegar aos 30 mas, mesmo assim, resolvi que este ano ia tentar ler alguns livros dessas listas dado que, ainda não tinha lido a maioria dos livros mencionados. Este seria o meu desafio literário para 2017.

Estamos em Março e, Morte em Veneza de Thomas Mann, foi o primeiro livro que li. Terminei-o ontem.

O livro é bem pequeno e centra-se na paixão de um escritor com cerca de 50 anos por um adolescente que encontra na sua viagem a Veneza. Acima de tudo, penso que Thomas Mann quis retratar o Belo e todo o fascínio que este exerce sobre os indivíduos. Compreendi essa ideia mas a forma como foi transposta para o papel não me agradou. 
A escrita é complexa e, por vezes, senti que era algo enfadonha. Reconheço que a escrita do autor até é bastante bela mas lá está, foi um livro que não gostei se bem que posso não o ter lido na altura certa.
 

domingo, 12 de março de 2017

Wrap up Cinematona Especial Óscares

1. Óscar melhor filme 2012 


Título original: The artist
Duração: 1h40m
Ano lançamento: 2011
Género: Comédia, Drama, Romance
Director:  Michel Hazanavicius
Com: Jean Dujardin, Bérénice Bejo, John Goodman
Pontuação atribuída: 8 no IMDB






Um filme mudo e a preto e branco que não amei desde o início. Mas, à medida que a acção vai decorrendo, dei por mim a gostar bastante. 
Relata uma história simples e nada rebuscada. Relata o romance entre uma lenda do cinema mudo, em declínio e uma atriz em ascensão. É interessante ver como, ao longo dos tempos, as pessoas têm e sempre tiveram, resistência à mudança. Gostei especialmente da empatia entre os actores principais sendo que, o filme, gira, basicamente em torno de ambos. Gostei mesmo muito e compreendo perfeitamente o Óscar de melhor actor principal a Jean Dujardin. Faz um papel brilhante, na minha opinião.



2. Óscar melhor actor 2002 (Denzel Washington)



Título original: Training day
Duração 2h02m
Ano de lançamento: 2001
Género: Crime, Drama, Thriller
Director: Antoine Fuqua
Com: Denzel Washington, Ethan Hawke, Scott Gleen
Pontuação atribuída: 8 no IMDB



Mais um filme que vi por sugestão da Dora e do qual gostei bastante. 
Na minha opinião, o filme tem uma estrutura temporal bastante interessante na medida em que, a acção se desenrola num único dia. Tem um ritmo intenso e prende bastante a pessoa que está a ver. 
Tem interpretações brilhantes particularmente a do Denzel Washington que acabou por lhe valer o Óscar de melhor actor. Na minha opinião, muito bem atribuído. 
Retrata o mundo corrupto da polícia, os gangs e as suas rivalidades e o que é preciso fazer para "sobreviver" na rua. Acaba por, no fim, mostrar que a integridade acaba por prevalecer em detrimento de tudo o resto. 


 3. Óscar melhor actriz 2012 (Meryl Streep)



Título original: The iron lady
Duração: 1h45m
Ano de lançamento: 2011
Género: Biografia, Drama
Director: Phyllida Lloyd
Com: Meryl Streep, Jim Broadbent, Richard E. Grant
Pontuação atribuída: 8 no IMDB





Um retrato da vida da implacável Margareth Thatcher. Tão amada quanto detestada. 
Um desempenho brilhante da Meryl Streep que é, de longe, das minhas atrizes favoritas.
É um filme muito muito bom que dá a conhecer a mulher, a mãe e a esposa para além da política.



4. Óscar melhor filme estrangeiro 2000




Título original: Todo sobre mi madre
Duração: 1h41m
Ano de lançamento:1999
Género: Drama
Director: Pedro Almodóvar
Com: Cecilia Roth, Marisa Paredes, Penelope Cruz
Pontuação atribuída: 10 no IMDB



Um filme que me captivou bastante e que me deixou a pensar nas incertezas da vida, nas surpresas com que nos deparamos e com as quais temos que lidar. Brilhantes interpretações.


 5. Óscar melhor filme adaptado 2014



Título original: Her
Duração: 2h06m
Ano de lançamento: 2013
Género: Drama, Romance, Sci-Fi
Director: Spike Jonze
Com: Joaquin Phoenix, Amy Adams, Scarlett Johansson
Pontuação atribuída: 9 no IMDB





O filme conta a história de um escritor que se apaixona por um sistema operativo. 
Foi um filme do qual eu não ouvi falar muito e, tendo em conta a sua premissa principal, certamente que não me despertaria a atenção.
Vi-o por sugestão da Dora e posso dizer que gostei bastante. 
Excelente interpretação do Joaquin Phoenix.
A Scarlett também está espectacular. É fenomenal a forma como, só com a voz, consegue exprimir várias emoções.
Um mundo futurista muito bem criado mas com imensos laivos de semelhanças com a actualidade em que todos caminham com atenção extrema nos dispositivos electrónicos e em que, muitas vezes, não existe espaço para uma relação cara a cara. 
Gostei também da atenção dada ao guarda-roupa em que, os homens usam umas calças subidas num género de fazenda que os faz parecer meio tótós. 
Aconselho bastante.

Opinião #4: A lista de Schindler, Thomas Keneally


Editora: Colecção Mil Folhas Público
Ano publicação: 2003
Nº páginas:  448 páginas
Pontuação atribuída: 3 estrelas no Goodreads


Este livro é um relato da vida de Oscar Schindler, da forma como este salvou milhares de judeus dos campos de extermínio e da forma como este viveu após o término da 2ª guerra mundial. Atendendo à temática abordada, o livro acaba por retratar episódios bastante cruéis e difíceis de imaginar. 


"Havia uma enorme quantidade de anéis de criança e era necessário um controlo racional e frio do conhecimento da sua proveniência. Os joalheiros só fraquejaram uma vez: quando os SS abriram uma mala de onde saíram dentes de ouro ainda sujos de sangue. Ali, numa pilha junto aos joelhos de Wulkan, estava, representadas as bocas de milhares de mortes, cada um deles a pedir-lhe que se juntasse a eles..."

"...utilizavam as pessoas como força de trabalho, durante uns tempos, mas a sua função última era a morte e produtos derivados - a reciclagem das roupas, das jóias e óculos remanescentes, de brinquedos e até da pele e dos cabelos dos mortos."

 
Tive bastante dificuldade em acompanhar a narrativa. Por vezes, senti mesmo que havia uma falta de encadeamento entre os diferentes capítulos. Acaba por ser algo enfadonho. A leitura acabou por ser pouco fluída e bastante difícil de terminar.
É um livro que tem adaptação cinematográfica da qual toda a gente fala maravilhas. Espero vê-la brevemente.

quinta-feira, 2 de março de 2017

Wrap up #Bloodyqueen2017

Durante o mês de Fevereiro decorreu o projecto #Bloodyqueen2017 o qual foi organizado pelo grupo do facebook Marauders 
Neste projecto, foi proposto que se efectuassem leituras de livros da Agatha Christie mas, ao longo do mês, foram também lançados vários desafios no facebook e no Instagram que me deram imenso gozo de participar. 
Aqui deixo apenas a minha opinião acerca do livro que decidi ler, O misterioso caso de Styles sendo que, optei por este livro sobretudo pelo facto de estar a decorrer, no grupo do facebook, uma caça ao assassino. Tenho que dizer que, os meus palpites foram completamente ao lado. 




 
Editora: Edições Asa
Ano publicação:20022
Nº páginas: 192 páginas
Pontuação atribuída: 4 estrelas no Goodreads


Sou suspeita pelo facto de adorar Agatha Christie. Acho sempre que são leituras agradáveis e surpreendentes. Como sempre, gostei bastante deste livro e do facto de ser introduzida a tão caricata personagem Poirot. Adoro-o. Pelas suas peculiaridades e pelo seu sentido dedutivo tão apurado. 
A autora conduz o seu leitor de forma magistral levantando várias hipóteses, afastando outras e, apresentando um desfecho, surpreendente.  
O contexto histórico apresentado, embora de forma pouco aprofundada, também não deixa de ser interessante de conhecer embora, como é sabido, estas obras girem, sobretudo em torno da resolução de determinado crime. 
Cada vez mais fico com a sensação que é melhor partir para este tipo de leituras sabendo muito pouco ou, quase nada, da história que vamos ler. Acaba por ser mais fácil de sermos surpreendidos.