sábado, 31 de março de 2018

Opinião #22 e #23: As aventuras de João sem medo (José Gomes Ferreira) e Rosa, minha irmã Rosa (Alice Vieira)

Nos últimos tempos tenho adorado ler livros infantis-juvenis. Desde que sou mãe, tento conhecer livros que nunca li ou reler livros do meu tempo de menina. Os que hoje apresento são livros bem conhecidos que eu nunca havia lido. Gostei muito de ambos e dei-lhes a pontuação máxima no Goodreads. São daqueles livros que vou querer ter na minha biblioteca para poder ler aos meus filhos. 



Foto de Neuza Coelho. 



Editora: Leya
Ano 1ª publicação: 1963
Nº páginas: 173 páginas 
Pontuação atribuída: 5 estrelas no Goodreads

O título não poderia ser melhor escolhido. Este é efectivamente um livro de aventuras. São as aventuras do menino João. Um menino a quem não bastante a realidade da sua pequena povoação e que quis partir para conhecer novas realidades e conhecer o mundo que o rodeia. São as histórias das explorações do João que não contadas pelo autor com recurso ao imaginário mágico.  É um livro que, na minha opinião, tem tão ou mais qualidade do que livros internacionais dentro do género. Merecia um maior reconhecimento. 




Foto de Neuza Coelho.

Editora: Editorial Caminho
Ano 1ª publicação: 1979
Nº páginas: 118 páginas 
Pontuação atribuída: 5 estrelas no Goodreads

Este livro conta a história de uma família. É uma família como todas as outras, com os seus dramas e alegrias. É a família da Mariana, uma menina que é filha única e que, a dado momento deixa de o ser.  Basicamente, a autora retrata o percurso de adaptação desta menina a esta nova realidade. Foca os seus sentimentos, emoções e as suas batalhas interiores.  

Sou filha única pelo que não consegui identificar-me plenamente com algumas destas situações. Compreendo que poderão ser bastante reais para quem passa por esta situação pelo que penso que é um livro que deve ser lido pelos mais novos. 

Não quero deixar de falar na edição que li. É uma edição ilustrada comemorativa da primeira edição deste livro. Trata-se de uma edição limitada, em capa dura. Só tenho pena que não tenha muitas ilustrações pois as que tem são maravilhosas e enriquecem ainda mais a narrativa.

sexta-feira, 30 de março de 2018

Opinião #21: O triunfo dos porcos, George Orwell


Foto de Neuza Coelho.

Editora: Publicações Europa-América
Ano 1ª publicação: 1945
Nº páginas: 125 páginas 
Pontuação atribuída: 5 estrelas no Goodreads


Do autor já tinha lido 1984. Duas vezes. Esse tal, como este, é um livro amado por muitos mas, como não gostei propriamente do 1984, tive sempre alguma renitência em partir para outro livro do autor. Ficava sempre com a ideia que seria mais um livro que todos amam e do qual todos dizem maravilhas e que eu não iria gostar. De certa forma, tinha medo de me desiludir. Contudo, felizmente, isso acabou por não acontecer. Gostei demasiado deste livro. Li-o num ápice e saboreei bem a narrativa.

Embora tenha sido publicado, pela primeira vez em 1945, é um livro que, na maioria dos aspectos, continua bem actual sendo esse um dos aspectos que o torna tão especial. Trata-se de uma fábula com o seu quê de política. O autor retrata a revolução dos animais de uma quinta contra o humano que é o seu dono e que assumem tratá-los de forma cruel. Queriam ser livres mas, gradualmente, tudo se vai tornando numa luta pelo poder, imersa em corrupção e mentira. Os que se julgam mais inteligentes, vão-se tornando poderosos, adquirindo aos poucos os benefícios que, anteriormente, eram dos humanos. 

É uma crítica acutilante e muito bem desenvolvida. Um livro curto que se lê muito bem e que aconselho vivamente.

segunda-feira, 19 de março de 2018

Séries que vi #2: Uma família muito moderna









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Não vos venho falar de nada novo uma vez que esta série é já bem antiga e bem conhecida do grande público. É bastante aclamada e já foi vencedora de vários prémios entre eles o Emmy para melhor série de comédia. 

Terminei a primeira temporada há uns dias atrás e não quis deixar de vir aqui falar um pouco sobre Uma família muito moderna. É uma série norte americana de comédia e que, como o próprio nome indica, se baseia nas dinâmicas familiares e no dia-a-dia de uma família. Tem três núcleos familiares que nos remetem também para as novas construções familiares uma vez que há um casal gay que adopta uma menina e uma família reconstruída em que há uma grande diferença de idade entre os cônjuges sendo um deles emigrante colombiano nos EUA. 

Já tinha visto vários episódios. Limitava-me a ver quando estava a dar na televisão e até gostava. É aliás das séries em que é perfeitamente possível fazê-lo. Contudo, sempre pensei vê-la desde o início uma vez que abordava temáticas bem actuais e sobre as quais tenho particular interesse. É uma série que não desilude e que nos faz passar um bom bocado. É para ir vendo. Para passar algum tempo com as personagens e para criar alguns pontos de identificação com as mesmas. Isto porque em dado momento da nossa vida, já todos passámos por algumas das situações que ali estão representadas.

As personagens estão extremamente bem conseguidas e interpretadas. Desde o Jay ciumento e que teima em ser conservador, à colombiana Glória com a sua personalidade e aspecto marcantes.

Esta primeira temporada é constituída por 24 episódios com cerca de 20 minutos cada o que é bem ao meu gosto. Actualmente, vai na nona temporada sendo que, vamos acompanhando o crescimento dos personagens mais jovens que vão deixando a adolescência e entrando na idade adulta. 

domingo, 18 de março de 2018

Séries que vi #1: A casa de papel

Imagem relacionada 

Nos últimos tempos, muito se tem falado desta série espanhola que está disponível na Netflix. Em parte movida por esse falatório, comecei a vê-la e fiquei presa praticamente aos primeiros episódios. 

Oito pessoas com as mais diversas habilidades decidem levar a cabo um plano com o seu quê de utópico que foi engendrado pelo cérebro da operação que se auto-denomina "Professor". Resolvem assaltar a casa da moeda e levar consigo cerca de 2 biliões de euros. Para o fazer vão ter que lidar com reféns e com a polícia. Irão ter também que lidar com as relações que se foram criando entre eles e com os conflitos que vão surgindo. Mais do que tudo, é uma corrida contra o tempo.

É uma série de suspense/drama que prende e leva a querer ver episódio após episódio para saber o que vai acontecer a seguir. É bastante intensa e, ao longo dos episódios, vamos conhecendo um pouco mais dos ladrões que ao início mais não eram do que desconhecidos. É interessante ver como é retratado o lado humano dos larápios. Dou por mim muitas vezes a querer que eles sejam bem sucedidos e que a polícia fracasse. É uma série que na minha opinião tem bastante qualidade e que, em certos aspectos, me fez recordar Prison break. Aconselho a quem aprecia o género.
 
Esta série tem uma temporada composta por 13 episódios cada qual com cerca de 45-55 minutos de duração.  A segunda temporada tem estreia marcada para dia 6 de Abril de 2018 e eu conto acompanhar.



quarta-feira, 14 de março de 2018

Opinião #20 : A filha da floresta, Juliet Marillier


Editora: Bertrand Editora
Ano publicação: 2002
Nº páginas: 448 páginas 
Pontuação atribuída: 4,5 estrelas no Goodreads


Confesso que não tenho por hábito ler muitos livros de fantasia. No entanto, tenho vindo a descobrir o gosto por ler este estilo literário e era uma grande falha não ter lido nada desta senhora que dá cartas a este nível. Comecei e terminei no passado mês de Fevereiro, o primeiro volume da Trilogia Sevenwaters e gostei tanto que mal posso esperar por continuar com a saga.

Já tinha ouvido críticas muito positivas aos livros desta autora e a esta saga em particular. Tinha o livro emprestado há já algum tempo e a leitura conjunta criada pela Mafalda do canal A outra Mafalda veio mesmo a calhar para me decidir a pegar-lhe. Ao longo do ano, decorrerão leituras conjuntas para todos os livros desta saga. As datas estão no grupo do Goodreads criado para esse mesmo efeito.

Começo por dizer que lhe atribui 4,5 estrelas no Goodreads.

Confesso que no início não foi muito fácil de entrar na história e estava a achar o ritmo algo lento. Para além disso, e pelo facto de ter lido o livro A última feiticeira de Sandra Carvalho no ano passado, estava a achar as semelhanças demasiado óbvias. Já tinha ouvido algumas opiniões nesse sentido e, realmente, é bastante flagrante. No entanto, acho que, ao embrenhar-nos nas histórias, ambas acabam por se diferenciar.

Com o decorrer da leitura d'A filha da floresta, fui começando a compreender melhor o mundo de fantasia criado pela autora que tem por base crenças ancestrais e, comecei a gostar cada vez mais da narrativa e a dar por mim a querer ler mais. As personagens foram começando a cativar-me tal como as histórias de cada uma delas.

Esta história passa-se na Bretanha e na Irlanda numa época em que as guerras pelos domínios dos senhores eram algo bem presente. Colum é o senhor de Sevenwaters e tem sete filhos. Seis homens e uma rapariga, Sorcha. Esta está destinada a proteger a sua família. Sozinha, passará por várias privações com vista a manter a unidade familiar.

Neste volume, há uma premissa central que se vai desenvolvendo mas, paralelamente, é-nos dada a conhecer a história de várias personagens.  A autora traz-nos um mundo que pode ser bastante real se bem que inundado de várias crenças e algum misticismo. Fala-nos de seres da floresta, druidas e feiticeiras. O livro é assim um misto entre fantasia, mistério e romance. Tem um pouco de tudo e conseguiu agarrar-me. Já tenho o próximo comigo =)


domingo, 4 de março de 2018

Pipocas da Pingui #4 : The Post

The Post (2017) 









 Ano: 2017
Género: Biografia, Drama, Histórico
Duração: 1h56m
Director: Steven Spielberg
Com: Tom Hanks, Meryl Streep, Sarah Paulson


Em noite de Óscares, venho deixar a minha opinião sobre um filme que vi há relativamente pouco tempo e que tem algumas nomeações para este ano. Não tenho muito o hábito de ir ao cinema mas, assim que vi o trailer deste filme, vi o elenco e soube que estava nomeado para algumas categorias, quis ir ver. Fui ver ao cinema e não me arrependo nem um bocado. Certo é que, nos últimos tempos, dou por mim a gostar cada vez mais deste tipo de filmes baseados em factos verídicos muito em parte por reconhecer aquilo que eles me conseguem ensinar.

Neste filme, fala-se da exposição por parte da imprensa de documentos governamentais que abrangem três décadas e quatro presidentes dos EUA.
Kat (Meryl Streep) é a dona do The Washington Post um jornal que está a viver uma crise financeira e que luta por novos apoios. Uma publicação que passa a ser representada na bolsa de valores e que tem grandes ambições quanto a isso. Kat sempre representou o papel que lhe estava destinado enquanto mulher da alta sociedade. Quando o seu pai abandona a direcção do jornal, é o genro, marido de Kat que o substitui. Katherine geria os empregados da casa, dava festas e vestia-se de forma irrepreensível. Isto até o marido morrer. Nesse momento, ela ocupa o lugar que era seu por direito. Fá-lo de um modo um pouco inseguro e tem que lidar com uma série de homens que a julgam perfeitamente incapaz e que se tentam sobrepor a ela. Acontece que Katherine é uma mulher integra e que está disposta a tudo para ver renascer e para fazer crescer o jornal. Vê na divulgação de documentos que comprometem alguns políticos a oportunidade perfeita. Sabe que tem que o fazer para benefício do público mas, por outro lado, pessoas das suas relações íntimas, sairão prejudicadas.  Faz a sua escolha e a consegue, pouco a pouco, conquista o seu espaço e fazer com que a sua voz seja ouvida.
Tem a seu lado o editor Ben Bradlee (Tom Hanks) um homem que quer vencer. Juntos, comprometem as suas carreiras e travam uma luta a favor da liberdade de imprensa e da defesa dos direitos dos leitores. 
Paralelamente, há a questão do papel da mulher enquanto trabalhadora com direitos e deveres iguais aos dos seus pares do sexo oposto. Uma realidade que, mesmo nos dias que correm, sabemos ser por vezes desrespeitada.
É um filme que me fez reflectir sobretudo em relação ao papel da mulher e do qual gostei bastante. Recomendo a toda a gente embora, na minha opinião, não seja vá ser dos grandes vencedores da noite.