O autor deste pequeno livro é um conhecido psiquiatria da nossa praça que foi um dos fundadores da Sociedade Portuguesa de Terapia Familiar. Isto foram pontos que suscitaram o meu interesse em ler este livro que me foi vivamente recomendado pela sua "dona", digamos assim.
Nele fala-se de relações. De amor. De casais. De filhos. De separações.
Temas conhecidos e que nos fazem reflectir a todos. Que, por vezes, nos fazem ganhar "borboletas na barriga" e que, outras, nos fazem ficar extremamente irritados.
São abordados de forma simples e descomplicada. De um modo que, na minha opinião, aproxima o autor do seu leitor o que faz com que este último, se identifique com muito do que lê. Pelo menos comigo, isso aconteceu o que faz com que atribua 5 estrelas a este pequeno mas sumarento livro.
Continuando com a volta ao mundo em leituras, iniciativa do grupo do Facebook World Book Tour, o mês de Março seria para ler autores originários da Albânia. Apenas terminei o livro escolhido esta semana mas gostei bastante e fiquei extremamente surpreendida e impressionada com alguns dos usos e costumes albaneses que são relatados. Efectivamente, são estas descobertas relativas as diferenças culturais que fazem com que me esteja a dar imenso gozo participar neste projecto.
Em Maio, segue-se Andorra. Já li todos os países que estão para trás e estou ansiosa por descobrir mais sobre Andorra, um pequeno país sobre o qual não sei praticamente nada para além do facto de se situar no continente europeu. Tinha este mesmo desconhecimento face à Albânia pelo que resolvi fazer uma pequena pesquisa para, posteriormente, prosseguir com a leitura. Aliás, tenho feito o mesmo com todos os países.
A Albânia é um pequeno país situado no sudeste da Europa que pertencia ao antigo império Otomano. A história deste país está marcada por inúmeros conflitos
relacionados com questões políticas que marcaram grandemente os
albaneses. A sua capital é Tirana.
O país é extremamente montanhoso pelo que, os naturais desse país se denominam a si próprios de skipetars, ou seja, "moradores de terras altas". É dos países menos desenvolvidos e mais pobres da Europa mas, ao longo dos últimos anos, têm-se assistido a um aumento do número de turistas estrangeiros os quais buscam, sobretudo, as belas praias albanesas, muitas vezes designadas por Riviera Albanesa o que acaba por ser favorável para a economia.
O Kanun é um código de leis consuetudinárias que o povo trás desde a era do Bronze e que, após o colapso do regime comunista, voltou a vigorar em áreas mais remotas do território. Neste sentido, os homicídios são um problema crescente, especialmente as "vinganças de sangue". Dados relativos ao ano de 2014, apontam para que cerca de 3 mil famílias estivessem envolvidas em vinganças de sangue sendo que, desde o fim do comunismo, já se contam cerca de 10 mil mortos devido a esta problemática.
Posto isto, o livro que escolhi não podia ser mais representativo do país e das suas questões uma vez que aborda a temática das vinganças de sangue.
Abril despedaçado é um livro que trouxe comigo da biblioteca e que, desde logo, me despertou a curiosidade pelo facto de se focar em práticas culturais patentes na Albâniae que para mim eram totalmente desconhecidas.
Sob três pontos de vista, o de um rapaz que reside no planalto, o de um casal em lua-de-mel e o de um intendente do sangue, o autor aborda a problemática consuetudinária mais concretamente, o direito de resgatar o sangue. Isto mais não é do que, um direito que subsiste em dadas famílias, geração após geração, e que faz com que umas tenham direito de matar uma pessoa da outra família e vice-versa. Conjuntamente a isso é acrescido o pagamento de um imposto a um príncipe do planalto albânes. Esse dinheiro e essas cobranças são geridas pelo intendente do sangue.
"Pouco faltou para desatar a rir. Não podia viver antes de ter matado! Só depois, quando estivesse por seu turno ameaçado de morte, é que, para ele, a vida recomeçaria."
Ora o rapaz que referi e cujo nome é Gjorg, vê-se a braços com a missão de matar um membro de uma família que havia matado o seu irmão e, ao longo da narrativa, somos confrontados com os seus sentimentos, alguns deles contraditórios, relativamente ao matar e, posteriormente, ao facto de ter ele próprio uma sentença de morte.
"Um ano e meio depois do assassínio do irmão, a mãe tinha acabado finalmente por lavar a camisa que o infeliz usara naquele dia. Durante um ano e meio, ensanguentada, ela permanecera pendurada, como exigia o Kanun, no andar de cima da torre, à espera do resgate do sangue. Quando as manchas de sangue começavam a amarelecer, dizia-se, era o sinal absoluto de que o morto começava a atormentar-se por ainda não ter sido vingado."
Era esperado que ele vingasse o irmão, que ele matasse, mas isso não deixa de lhe criar vários constrangimentos e vários questionamentos relativamente aos usos e costumes da sua gente. Isto vai sendo dado a conhecer ao leitor, durante a viagem que Gjorg faz com o intuito de pagar o imposto de sangue, após ter morto um homem. Durante essa jornada, que parece não ter fim, ele cruza-se com vários outros habitantes do planalto que vivem intensamente as suas práticas como sejam as relativas ao noivado/matrimónio.
"Observando os baús coloridos que continham sem dúvida o enxoval da noiva, perguntou a si próprio em que esconderijo, caixa, algibeira, colete bordado, os pais da noiva tinham posto o «cartucho do enxoval», com o qual, segundo o Código, o marido tinha o direito de matar a jovem esposa se ela tentasse alguma vez abandoná-lo."
São relatos como o acima citado que impressionam e que me fizeram reflectir e, de certo modo, revoltar. Também não deixa de ser completamente aberrante o facto de um jovem casal residente em Tirana ter escolhido o planalto para passar a sua lua-de-mel. Tal foi determinado com vista ao marido, escritor de profissão, ter uma noção in loco das práticas vigentes. A jovem esposa resigna-se com esse facto mas, ao longo da história, vai-nos sendo apresentada a sua revolta interior relativamente a factos que para o marido, não deixam de ser, morbidamente impressionantes e grandiosos.
A última perspectiva, a do intendente de sangue, dá-nos a conhecer as preocupações económicas do facto de, a principal fonte de rendimento do príncipe, isto é, o imposto sobre o resgate do sangue, estar em decréscimo. Sendo o intendente responsabilizado pela diminuição no número de mortes e, consequentemente, pelo decréscimo do pagamento do imposto, aquele resolve sair do palácio em busca de respostas.
Este é um livro curioso que me impressionou dado os factos terríveis que relata mas, do qual, ao mesmo tempo, consegui gostar tanto. Um livro que mexe com o nosso interior. Uma escrita com muita qualidade não fosse o autor sido várias vezes nomeado para prémio Nobel e ter já vencido prémios como o Man Booker Prize (2005). Actualmente, vive em França país no qual procurou exílio em 1990 após ter sido intimidado pelo governo albanês. Curioso é o facto de ser dos poucos escritores desta nacionalidade autorizado pelo antigo regime comunista.
Foi adaptado para o cinema por Walter Salles. Deixo o trailer abaixo sendo certo que vou procurar vê-lo em breve.
Quando era criança, A bela e o monstro era dos meus filmes preferidos. Vi-o vezes sem conta. Já sabia as cenas praticamente de cor. Adorava as personagens. Identificava-me com a Bela por ser alguém que adorava ler, que andava sempre meio distraída e no seu "mundinho". Não conseguia deixar de achar o monstro fofo. Recordava com um sorriso nos lábios a cena em que a Bela e o monstro atiram bolas de neve um ao outro. Achava super romântico. E o que dizer dos objectos falantes? A pequena chávena então... Que doçura!
Quando soube desta nova versão da Disney fiquei com imensa curiosidade em ver e, após isso acontecer, confesso que as minhas expectativas não saíram defraudadas, muito pelo contrário. Adorei o filme. Foi muito bom recordar as músicas e ver a forma com as personagens ganham uma nova vida. Na minha opinião, a Emma Watson está fantástica enquanto Bela e, apesar de todas as controvérsias, acho que o Le Fou está o máximo.
Os cenários estão super bem cuidados bem como o guarda-roupa. Os efeitos criados para dar vida aos objectos também estão bastante bem concebidos. Claro que, saí com a lagrimita ao canto do olho e, nos dias seguintes, não deixei de dar por mim a trautear as músicas do filme.
Recomendo vivamente a toda a gente. Como se costuma dizer, a miúdos e graúdos =)
Trouxe este livro da biblioteca para poder participar no projecto do grupo do facebook World Book Touro qual tenho vindo a divulgar aqui pelo blog. No presente mês de Abril deveriam ser lidos autores de nacionalidade alemã. Quando vi a lista de autores sugeridos por algumas das dinamizadoras do projecto, dei de caras com Patrick Suskind. Autor do tão afamado livro, O perfume. De Suskind, apenas tinha lido essa mesma obra e, ao contrário de muitas outras pessoas, não me tinha tocado especialmente.
Contudo, a experiência que tive com este pequeno livro foi completamente diferente. Tanto é que me é impossível atribuir-lhe qualquer outra pontuação que não as 5 estrelas.Gostei mesmo bastante.
Basicamente, a narrativa gira em torno de uma única personagem, das suas rotinas e do conforto que estas lhe proporcionam. Isto até ao ponto da história em que ele se depara com uma pomba e questiona várias coisas na sua vida, pensa fazer mudanças e, de algum modo, sobressaem todos os traços extremamente obsessivos que o caracterizam. Tudo isto acaba por ocorrer num único dia embora dê para compreender, através da escrita do autor, quão diferentes são os dias habituais e qual o transtorno que as mudanças que o contacto com a pomba causa nas rotinas diárias do nosso personagem. Neste ponto, é possível depreender que unicamente aquelas rotinas, pautadas por comportamentos obsessivos, são o que lhe trás tranquilidade isto porque, na minha opinião, nem sequer se poderá falar em felicidade uma vez que a personagem é uma pessoa bastante só. Uma pessoa que, para além disso, não tem qualquer tipo de relação de afectividade e que passa os dias a desempenhar um determinado número de actividades rotineiras como, o ir para o trabalho aquela hora em ponto, o levar a roupa à lavandaria sempre dentro da mesma mala e sempre no mesmo dia. Qualquer obstáculo a este trajecto digamos assim faz com que ele acredite que aquele já não será um bom dia.
Li este pequeno livro num ápice e, sem dúvida que foi uma escrita que me prendeu completamente e me levou a querer ler mais do autor e, quiçá, reler O perfume.
O grupo do Goodreads intitulado clube dos clássicos vivos visa fazer leituras bimensais de clássicos da literatura e, posteriormente, permitir uma troca de impressões entre os vários participantes da leitura. Este grupo está a ser dinamizado pela Cláudia do Canal A mulher que ama livros e pela Elisa do blog A miúda Geek.
O livro escolhido para Janeiro/Fevereiro foi O crime do Padre Amaro do autor português, Eça de Queiróz, o qual me propus ler. Contudo, apenas comecei e terminei o livro durante o mês de Março.
Eça de Queiróz é dos meus autores portugueses favoritos. Tenho a maioria das obras do autor nestas edições pequeninas, em capa dura que são simplesmente amorosas. Já li vários livros dele mas, nunca tinha lido o livro em questão pelo que achei que esta seria uma boa oportunidade para tal. Apenas havia visto há vários anos a adaptação cinematográfica com a Soraia Chaves e o Jorge Corrula. Grosso modo, sabia a trama principal do livro embora, certos pormenores, me fossem desconhecidos.
De qualquer forma, gostei bastante do livro daí ter-lhe atribuído 4 estrelas no Goodreads. É mais uma obra pautada pela enorme sagacidade e perspicácia do autor. Marcada também pelo humor, pela ironia e, acima de tudo pela crítica social neste caso em particular, pela crítica à igreja católica e seus mais fervorosos seguidores. A crítica incide sobre os comportamentos menos ortodoxos dos padres e na extrema dedicação das chamadas beatas que, muitas vezes, chegam elas mesmas, a partilhar o leito com os párocos. Estes, manipulam-nas, a seu bel-prazer e sempre tendo como argumento ser essa a vontade de Deus, Nosso Senhor.
Na minha opinião, este livro não é tanto feito pelas descrições exaustivas que caracterizam outras obras do autor. É todo ele virado para a igreja e para as vidas dos seus representantes, digamos assim. Confesso que existiram partes que achei algo repetitivas pelo que demorei algum tempo a concluir esta leitura mas, sem dúvida que é uma grande obra, em muitas coisas, bem à frente do seu tempo e bastante actual. Acabei por ter uns odiozinhos em relação a algumas personagens nomeadamente, ao próprio do Padre Amaro que, basicamente, só pensava no seu umbigo e também à Amelizinha que, queria ser tão pura, tão pura, que acabou por cair em desgraça.
Já tinha lido qualquer coisas sobre este documentário aqui na blogosfera mas ainda nunca tinha surgido oportunidade de vê-lo. Muito sinceramente, antes disso, desconhecia a ocorrência deste homicídio bem como de todo o mediatismo em que foi envolto.
Amanda Knox é um documentário original Netflix no qual são revistos alguns aspectos relacionados com o crime ocorrido em Perugia. Foi nesta localidade italiana que, em Novembro de 2007, foi assassinada a britânica Meredith Kercher. O julgamento deste caso, contando com os recursos interpostos, decorreu até 2015, altura em que, dois dos principais indiciados, Amanda Konx e o namorado Raffaele Sollecito, foram declarados inocentes.
No documentário são apresentados os factos que levaram a suspeitas e posterior condenação de Amanda e Raffaele os quais estiveram presos durante cerca de 4 anos. São também apresentadas declarações de ambos face a todo o processo mediático sendo também dados a conhecer os pontos de vista de um jornalista e de um dos principais investigadores do crime.
Gostei da forma como o documentário está feito baseando-se, não só, nas declarações efectuadas pelas pessoas anteriormente referidas como também sendo dadas a conhecer imagens de arquivo relativas ao próprio caso. Prendeu-me mas, francamente, não fiquei convencida da inocência quer de Amanda quer de Raffaele. Acho que ficaram muitas pontas soltas na investigação, muitos factos por explicar sobretudo no que respeita às várias mudanças de testemunho que estes indivíduos levaram a cabo. De qualquer forma, muito bem feito e extremamente interessante.
Confesso que já há algum tempo que não lia um livro que me satisfizesse tanto. Ultimamente, talvez fruto das minhas escolhas ou do meu estado de espírito, as minhas leituras não me diziam grande coisa.
Parti para esta leitura sem grandes expectativas. O livro já estava cá por casa há imenso tempo mas nunca lhe tinha pegado. Acabei por decidir lê-lo devido ao projecto do grupo do Facebook World Book Tour. Neste grupo, estava previsto que, durante o mês de Fevereiro fosse lido um autor originário da África do Sul. Comecei a leitura bastante atrasada embora, desde logo, a minha escolha tivesse recaído sobre este título não só por tê-lo cá em casa, como também, pelo facto de ser um autor já galardoado com o Prémio Nobel da Literatura.
Tal como fiz em relação ao país escolhido para o mês de Janeiro, comecei por fazer uma pesquisa na internet sobre a África do Sul o que me possibilitou estar mais ao corrente de alguns assuntos abordados no livro.
Este livro conta a história de David Lurie, um professor universitário de meia idade, divorciado e com uma filha. Um homem que busca a satisfação momentânea do sexo e acaba por ter relações muito fugazes e pouco consistentes. Após uma série de acontecimentos, dá por si a procurar a sua filha e a viver uma temporada com esta, numa quinta rural, longe da Cidade do Cabo.
Só posso dizer que adorei a escrita do autor. Muito fluída e viciante. Fez-me ler o livro de uma assentada. Trata de relações humanas, numa era pós-apartheid e, para além da história de David Lurie, aborda vários temas sociais decorrentes desta situação. Foca também a problemática da violação que, como consegui compreender pelas minhas pesquisas, é um crime que, dramaticamente, ocorre com frequência na África do Sul.
Quanto ao protagonista, consegui criar uma ligação com o mesmo. Achei que a personagem está extremamente bem conseguida. Na minha opinião, visa transparecer ser um homem insatisfeito com a vida. Um homem mal amado que não aceita envelhecer e que, de alguma forma, procura conforto a nível sexual, nos braços de raparigas jovens. É um homem que acaba por ter que lidar com a perda do seu emprego passando de catedrático respeitado a desacreditado, tem que dar a volta e procurar adaptar-se coisa que, na minha opinião, não consegue fazer. Prova disso é o próprio final do livro mas, como é óbvio, não quero deixar spoilers.
Sendo o próprio autor um reconhecido professor universitário ainda fiquei a pensar até que ponto é que esta história poderia ter o seu quê de autobiográfica.
Aconselho vivamente e, sem dúvida que, futuramente, quero ler mais deste autor.
Downton abbey é uma série britânica produzida para o canal ITV. Foi criada por Julian Fellowes e estreou em 2010 tendo terminado em 2015. Tem 6 temporadas e 52 episódios.
Esta série dá a conhecer os Crawley, uma família inglesa abastada que habita na zona do Yorkshire bem como, os seus criados e a forma como a vida gira em torno da propriedade familiar, Downton abbey.
A acção passa-se no início do século XX, durante o reinado de Jorge V abarcando vários acontecimentos históricos importantes como o naufrágio do Titanic, a 1ª Guerra Mundial e a Gripe espanhola. Também tem como enfoque principal as relações entre aristocratas e a sua criadagem focando de forma igual a vida de uns e de outros. Aborda também temas como, a emancipação feminina, a prostituição, a violação, a homossexualidade e os preconceitos raciais.
Ao longo das temporadas vamos também acompanhando as dificuldades que os aristocratas têm em subsistir e as adaptações que os Crawley têm que fazer para conseguirem manter a sua propriedade e o seu estilo de vida.
Esta série é sobejamente conhecida e aclamada pelo grande público tendo
recebido vários prémios. Comecei a vê-la há algum tempo atrás sendo que
terminei ontem a 4ª temporada pelo que resolvi falar um pouco sobre ela.
Não tenho por hábito acompanhar séries de época. Julgo mesmo que está é a primeira que acompanho mas, assim sendo, que estreia! Tenho adorado acompanhar a vida destas personagens e, complementarmente, ter acesso a dados históricos e a toda a contextualização sócio-económica da época em que a acção de desenrola.
É também fabuloso ver os espaços em que a acção ocorre. Grande parte das filmagens exteriores e algumas interiores, foi feita no Highclere Castle, em Hampshire. Mas as partes criadas em estúdios como seja toda a área da criadagem, também estão extremamente bem concebidas.
Adoro a forma como a série nos vai dando a conhecer as alterações que vão ocorrendo no papel feminino. As mulheres começarem a conduzir, a interessarem-se por política e a terem um papel mais pró-activo nos negócios familiares em oposição ao papel mais submisso que nos é dado a conhecer no início da série. Aí as mulheres preocupam-se mais com aspectos sociais, com os casamentos que podem vir a conseguir fazer, com roupas, festas e convívios com a alta sociedade.
O guarda-roupa está, na minha opinião, extremamente bem concebido. Tanto o dos aristocratas como o dos criados. Acaba por ser interessante a distinção entre ambos e também algumas alterações no vestuário que vão sendo introduzidas ao longos dos episódios. Foi marcante o episódio em que uma das irmãs Crawley veste umas calças para diversão de uns e constrangimento de outros.
Violet é para mim uma personagem deliciosa. Marca o ponto de uma aristocracia inglesa bastante austera mas que, no final, não o é tanto assim. Acaba por ser uma capa que cobre a mulher bondosa e, em alguns aspectos, um pouco à frente do seu tempo, que no fundo é mas, não quer admitir.
Deliciosos são também os diálogos entre Violet e Isobel bem com,o as picardias entre ambas que, na globalidade, vêem crescer entre elas uma imensa e surpreendente amizade.
Destaco também Mary. Uma jovem que inicialmente, vê o seu futuro ser definido por toda a família com vista a ter um casamento socialmente conveniente mas que, acaba por se apaixonar e viver uma história de amor pautada também por alguns constrangimentos. É interessante de ver a forma como consegue dar a volta e tornar-se em alguém empenhada em vingar, em ser feliz e em conseguir ajudar o pai nos negócios familiares.
Em termos de personagens masculinas destaco Matthew Crawley um jovem bondoso e determinado e Tom Branson. Este último, ao viver um grande e proibido amor, dá por si a entrar para um novo mundo no qual teima em integrar-se.
Aconselho muitíssimo esta série e espero terminá-la em breve até porque, tenho lido em alguns sítios que se fala em transpo-la para o cinema.
Há algum tempo, deparei-me com umas listas de livros. Intitulam-se 20 Livros para ler até aos 20 anos e reúnem um conjunto de livros que várias personalidades portuguesas nomeadamente escritores, acham que todas as pessoas deveriam ler até aos 20 anos. Estou quase a chegar aos 30 mas, mesmo assim, resolvi que este ano ia tentar ler alguns livros dessas listas dado que, ainda não tinha lido a maioria dos livros mencionados. Este seria o meu desafio literário para 2017.
Estamos em Março e, Morte em Veneza de Thomas Mann, foi o primeiro livro que li. Terminei-o ontem.
O livro é bem pequeno e centra-se na paixão de um escritor com cerca de 50 anos por um adolescente que encontra na sua viagem a Veneza. Acima de tudo, penso que Thomas Mann quis retratar o Belo e todo o fascínio que este exerce sobre os indivíduos. Compreendi essa ideia mas a forma como foi transposta para o papel não me agradou.
A escrita é complexa e, por vezes, senti que era algo enfadonha. Reconheço que a escrita do autor até é bastante bela mas lá está, foi um livro que não gostei se bem que posso não o ter lido na altura certa.
Duração: 1h40m
Ano lançamento: 2011
Género: Comédia, Drama, Romance
Director: Michel Hazanavicius
Com: Jean Dujardin, Bérénice Bejo, John Goodman
Pontuação atribuída: 8 no IMDB
Um filme mudo e a preto e branco que não amei desde o início. Mas, à medida que a acção vai decorrendo, dei por mim a gostar bastante.
Relata uma história simples e nada rebuscada. Relata o romance entre uma lenda do cinema mudo, em declínio e uma atriz em ascensão. É interessante ver como, ao longo dos tempos, as pessoas têm e sempre tiveram, resistência à mudança. Gostei especialmente da empatia entre os actores principais sendo que, o filme, gira, basicamente em torno de ambos. Gostei mesmo muito e compreendo perfeitamente o Óscar de melhor actor principal a Jean Dujardin. Faz um papel brilhante, na minha opinião.
2. Óscar melhor actor 2002 (Denzel Washington)
Título original: Training day
Duração 2h02m
Ano de lançamento: 2001
Género: Crime, Drama, Thriller
Director: Antoine Fuqua
Com: Denzel Washington, Ethan Hawke, Scott Gleen
Pontuação atribuída: 8 no IMDB
Mais um filme que vi por sugestão da Dora e do qual gostei bastante.
Na minha opinião, o filme tem uma estrutura temporal bastante interessante na medida em que, a acção se desenrola num único dia. Tem um ritmo intenso e prende bastante a pessoa que está a ver.
Tem interpretações brilhantes particularmente a do Denzel Washington que acabou por lhe valer o Óscar de melhor actor. Na minha opinião, muito bem atribuído.
Retrata o mundo corrupto da polícia, os gangs e as suas rivalidades e o que é preciso fazer para "sobreviver" na rua. Acaba por, no fim, mostrar que a integridade acaba por prevalecer em detrimento de tudo o resto.
3. Óscar melhor actriz 2012 (Meryl Streep)
Título original: The iron lady
Duração: 1h45m
Ano de lançamento: 2011
Género: Biografia, Drama
Director: Phyllida Lloyd
Com: Meryl Streep, Jim Broadbent, Richard E. Grant
Pontuação atribuída: 8 no IMDB
Um retrato da vida da implacável Margareth Thatcher. Tão amada quanto detestada.
Um desempenho brilhante da Meryl Streep que é, de longe, das minhas atrizes favoritas.
É um filme muito muito bomque dá a conhecer a mulher, a mãe e a esposa para além da política.
4. Óscar melhor filme estrangeiro 2000
Título original: Todo sobre mi madre
Duração: 1h41m
Ano de lançamento:1999
Género: Drama
Director: Pedro Almodóvar
Com: Cecilia Roth, Marisa Paredes, Penelope Cruz
Pontuação atribuída: 10 no IMDB
Um filme que me captivou bastante e que me deixou a pensar nas incertezas da vida, nas surpresas com que nos deparamos e com as quais temos que lidar. Brilhantes interpretações.
5. Óscar melhor filme adaptado 2014
Título original: Her
Duração: 2h06m
Ano de lançamento: 2013
Género: Drama, Romance, Sci-Fi
Director: Spike Jonze
Com: Joaquin Phoenix, Amy Adams, Scarlett Johansson
Pontuação atribuída: 9 no IMDB
O filme conta a história de um escritor que se apaixona por um sistema operativo.
Foi um filme do qual eu não ouvi falar muito e, tendo em conta a sua premissa principal, certamente que não me despertaria a atenção.
Vi-o por sugestão da Dora e posso dizer que gostei bastante.
Excelente interpretação do Joaquin Phoenix.
A Scarlett também está espectacular. É fenomenal a forma como, só com a voz, consegue exprimir várias emoções.
Um mundo futurista muito bem criado mas com imensos laivos de semelhanças com a actualidade em que todos caminham com atenção extrema nos dispositivos electrónicos e em que, muitas vezes, não existe espaço para uma relação cara a cara.
Gostei também da atenção dada ao guarda-roupa em que, os homens usam umas calças subidas num género de fazenda que os faz parecer meio tótós.